sábado, 22 de dezembro de 2012

MENTE DOENTIA



Ontem, 21 de dezembro, dia agendado para o Juízo Final, passei pela Praça da Sé, tradicional reduto dos pregadores religiosos, em São Paulo, e nunca vi tantos deles reunidos e também tantos ouvintes em volta. Um deles me chamou a atenção, porque vestia um terno azul, camisa laranja com um lenço vermelho no bolso, gravata verde e sapatos marrom. Quando o vi, o primeiro pensamento que tive foi:  “O que é que o cantor Falcão está fazendo com essa Bíblia na mão?” Só percebi o engano quando notei a ausência da enorme margarida na lapela. Decidi me aproximar mais e começar a ouvi-lo.

O homem  tomou um grande gole de água de uma garrafa, enxugou o suor da testa e começou a pregar o Evangelho da seguinte forma: “Irmãos e irmãs, as ‘palavra’ que vou dizer a 'voceis' agora não ‘é’  fruto só da minha mente doentia, ‘mais’  também é fruto da mente de Deus”.  De repente, ouvi um trovão, tá certo que o  dia estava abafado e logo iria chover, mas aquilo bem que poderia ser um sinal do Senhor, e se aquele pregador proferisse mais uma frase daquelas, era bem capaz de que Deus gritasse: “Vou te mostrar quem é que tem a mente doentia”, e fulminá-lo com um raio. Achei melhor não arriscar e me afastei rapidinho.

 

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