Ontem, 21 de dezembro, dia agendado para o Juízo Final, passei pela Praça da
Sé, tradicional reduto dos pregadores religiosos, em São Paulo, e nunca vi tantos deles
reunidos e também tantos ouvintes em volta. Um deles me chamou a atenção,
porque vestia um terno azul, camisa laranja com um lenço vermelho no bolso,
gravata verde e sapatos marrom. Quando o vi, o primeiro pensamento que tive
foi: “O que é que o cantor Falcão está
fazendo com essa Bíblia na mão?” Só percebi o engano quando notei a ausência da
enorme margarida na lapela. Decidi me aproximar mais e começar a ouvi-lo.
O homem tomou um
grande gole de água de uma garrafa, enxugou o suor da testa e começou a pregar
o Evangelho da seguinte forma: “Irmãos e irmãs, as ‘palavra’ que vou dizer a
'voceis' agora não ‘é’ fruto só da minha
mente doentia, ‘mais’ também é fruto da
mente de Deus”. De repente, ouvi um
trovão, tá certo que o dia estava
abafado e logo iria chover, mas aquilo bem que poderia ser um sinal do Senhor,
e se aquele pregador proferisse mais uma frase daquelas, era bem capaz de que Deus
gritasse: “Vou te mostrar quem é que tem a mente doentia”, e fulminá-lo com um
raio. Achei melhor não arriscar e me afastei rapidinho.
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