O site do Estadão de, 31/10, traz uma matéria assinada por
Pedro Corrêa do Lago, falando sobre uma carta do marquês de Sade (é... aquele safado, mesmo). A surpresa
é o teor, que é de uma singeleza que destoa de tudo o que conhecemos sobre
Sade. A carta foi escrita ao sobrinho do falecido administrador de um castelo
que possuía. No documento, Sade, humildemente, solicita que o rapaz aceite
assumir a função do tio e que mande rezar uma missa em memória do falecido, que será inteiramente
custeada pelo marquês.
Isso faz lembrar um conto de Balzac chamado “A Missa do Ateu”,
em que um médico e professor, declaradamente descrente de Deus, é pego em
flagrante por um ex-aluno e tem que confessar que assiste à missas quatro vezes por ano para pagar uma dívida com um
homem que o teria auxiliado financeiramente, ajudando a custear seus estudos, e que era um católico
fervoroso. O discípulo ouve e não discute com o mestre, embora tenha ficado com
uma sombra de dúvida, principalmente sabendo que seu ex-professor, já muito
idoso, enfrentava sérios problemas de saúde, e que morreria em pouco tempo.
Fidel Castro já sancionou a liberdade religiosa em Cuba e até já recebeu o Papa (também pode ser escrito em minúscula, mas eu é que não sou burro de arriscar...). O arquiteto Oscar Niemeyer, outro ateu histórico, aos 104 anos, já começou a esboçar, gratuitamente, um projeto arquitetônico para repaginar o Paraiso que, de acordo com ele, está meio antiquado. Vai que ele chega lá e descobre que o Homem existe mesmo, né?
Moral da história: "Quem tem cu... culpa, tem medo". Eu, por exemplo, tenho os dois.
Pelo si, pelo no... |